Controle a sua nave: Navegando em meio a escassez e a abundância.

Aprendendo sobre a escassez para blindar sua mente.

Luis Guerra

3/31/20244 min read

Você acha que tem o suficiente?

O que você ganha de salário é satisfatório para suprir suas necessidades?

Você está feliz e satisfeito usufruindo o que tem ao seu alcance?

Você se considera uma pessoa escassa e percebe esse sentimento?

Você sabe o que é o ciclo de escassez e seus desdobramentos?

É sobre isso que falaremos!

Com base nos estudos do livro "Escassez: Por que ter tão pouco significa tanto", os autores Sendhil Mullainathan e Eldar Shafir exploram o conceito de escassez e como ela afeta o comportamento humano. A escassez não se limita apenas à falta de recursos materiais, mas também pode se referir à falta de tempo, atenção, amor e outras coisas importantes na vida.

A teoria da escassez trata a escassez como uma percepção da falta de recurso, que não necessariamente é a realidade. É a sua sensação de não ter o suficiente para suprir as necessidades ou os seus desejos.

Imagine que nosso corpo é uma grande nave e nossa mente sua central de comando. A nossa nave flutua no ambiente que consideraremos o mundo real. Nossa mente, um território neutro, muito valioso. E quem estiver no controle, conduzirá a nave por qualquer direção.

Os guardiões lutam para preservar a sanidade mental enquanto os invasores tentam assumir o controle da nossa mente.

Os defensores são todas as ferramentas adquiridas pelo conhecimento, pelo planejamento e pela experiência vivida. São nossos princípios inegociáveis, é a inteligência emocional, é o planejamento estratégico bem elaborado. Ou seja, serão soft skills que nos ajudarão a blindar nossas frágeis fronteiras e nos manterão firmes, agindo de forma preventiva e prudente.

Os invasores são todos os meios e processos que influenciam nosso processo de tomada de decisão. É o marketing consumista, são as redes sociais, são as pessoas da nossa convivência, é o nosso ambiente. Eles vão agir com suas armadilhas dopaminérgicas para nos vender prazer e fuga da dor.

A nossa nave, quando em equilíbrio, navega por uma rota com vias retas e com uma largura de banda que nos permite ter a clareza do caminho. Mas, quando o nosso sistema de defesa falha na blindagem e somos fisgados por alguma isca maliciosa, a rota é direcionada para um túnel, onde a largura da banda será estreitada a ponto de somente conseguirmos enxergar de forma míope, pouco além.

Quando entramos nessa visão de túnel, dois fatores de proteção são hackeados: a nossa inteligência fluída e controle executivo.

A nossa inteligência fluida é a nossa capacidade de responder rapidamente. É responder sem pensar quanto é dois mais dois. A resposta é imediata.

O nosso controle executivo é a capacidade do cérebro humano de controlar e regular o pensamento e o comportamento em situações complexas, como resolver o cubo mágico.

Enquanto hackeados, nosso sistema límbico fica programado para agirmos sob impulsos na busca por prazer imediato, ignorando e fugindo da realidade. Como o sistema protetivo está comprometido, somos impelidos a recorrer aos placebos ilusórios, como empréstimos bancários e malabarismos financeiros.

Os empréstimos financeiros são instrumentos que, nestas circunstâncias, agravam muito a situação de quem está no ciclo da escassez, pois de forma acelerada agravam o processo de tunelamento.

Os malabarismos são formas paliativas de lidar com a situação de descontrole das tarefas e das obrigações. É fazer malabarismo com bolas de vidro, sendo cada bola uma obrigação que é jogada para cima para ganhar tempo, enquanto outra já vem baixando.

É uma arquitetura que cansa a mente, favorecendo a decisão impulsiva, emocional que favorece o afundamento no ciclo vicioso da escassez. As consequências de viver nesse ciclo de escassez são: uma vida angustiada, falta de foco, diminuição na capacidade cognitiva, depressões, angústia, dores no corpo, visão míope da realidade, tensão no relacionamento, fragilidade emocional; retroalimentando o ciclo dificultando sair do túnel.

Dito desta forma, o fortalecimento das defesas sempre será o melhor remédio. E para reforçar a defesa, o planejamento bem elaborado com clareza dos objetivos, o exercício continuado da inteligência emocional, com foco e atenção, clareza dos próprios princípios e a aplicação de filtros naquilo que ouve, assiste e consome, bem como educação financeira continuada e fortalecimento espiritual, são algumas blindagens básicas e importantes para a saúde mental e física.

Se você se identifica na situação de escassez, alguns passos podem ser tomados, como por exemplo: Autoconscientização, estabelecer um plano emergencial com os objetivos claros, procurar ajuda de pessoas capacitadas e comprometidas com a solução dos seus problemas e agir de forma deliberada para ter capacidade de identificar as iscas maliciosas e inibir a impulsividade.

Saiba que ter consciência da sua situação real é o primeiro passo para iniciar a jornada de mudança. Quanto mais tempo você passar dentro do túnel, difícil será sair dele e ainda mais difícil será manter-se fora dele. Portanto, esta luz de consciência é apenas o start para uma mudança dos vários fatores interconectados que precisarão ser ajustados para efetivamente os efeitos serem sanados e uma nova mentalidade de abundância prevalecer.

Lembre-se de que o ciclo de escassez é uma percepção de realidade, portanto, é uma crença. E para substituí-la, precisará colocar no seu lugar uma nova percepção, a da abundância.

Luís Guerra

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